Olá perfects,
estes dois últimos dias foram muito difíceis. Quem segue o blog sabe que há cerca de um ano pedi para rezarem pelo filho de uns amigos a quem tinha sido diagnosticado um tumor cerebral inoperável. Quando soubemos o choque foi enorme, o Kiko, um menino saudável, inteligente e cheio de vida tinha uma daquelas coisas que não se deseja sequer ao pior inimigo, quanto mais a uma criança inocente, de apenas 7 anos. Ontem o Kiko foi para o ceú e hoje foi o dia da cerimónia de despedida. Sim, cerimónia porque a palavra f. não me soa nada bem numa situação destas.
Como devem imaginar estamos todos em choque. A dor dos amigos é grande, mas a dor dos pais, dos avós, dos tios é indescritível. Não consigo sequer imaginar como se consegue superar uma dor destas, ou ter forças para dar amor aos outros filhos, quando o nosso coração deve estar mais pequenino do que uma ervilha. Ou se calhar é exatamente o oposto, os outros dois filhos da Joana e do Hugo serão a fonte da força para que eles recuperem o ânimo, assim como amor que têm um pelo outro.
O Kiko foi muito feliz. Teve a sorte de ter uma família maravilhosa que sempre o amou e acompanhou. Teve a sorte de ver nascer, este ano, a sua mana mais nova, de quem tenho a certeza que vai cuidar, como o seu anjo da guarda, assim como do seu mano J. Conheço a Joana desde a infância (que é um doce de rapariga e merece tudo de bom), mas tenho, também, um enorme carinho
pelo Hugo, porque adoro a forma como ele olha para a sua mulher... todas
as mulheres deviam ter um marido que olhasse para elas com aquele
carinho e amor!
Eu admiro do fundo do coração a sua família, admiro a coragem, força e fé dos seus pais e avós... eu acho que não teria tido tanto força, nem coragem, nem fé, nem nada... Hoje o dia foi de tristeza, porque as despedidas são sempre tristes. Mesmo que saibamos que Jesus o acolhe é impossível evitar as lágrimas e imaginar, sequer, a dor que estão a sentir. Eu tenho a certeza que o AMOR os vais ajudar a superar... com o tempo. Mas agora é tempo de chorar, de gritar, de perguntar porquê, de estar sozinho fechado, de estar com quem se ama, de dar beijos aos filhos que estão cá, de dar beijos aos brinquedos que o Kiko gostava, de desaparecer do mapa e não falar com ninguém, ou de falar se assim lhes apetecer. É tempo de darmos espaço a que a dor vá ficando mais pequenina e que a saudade fique maior.
Escrevi esta mensagem por vários motivos:
primeiro, para vos pedir, novamente, para rezar, mas desta vez não pelo Kiko, mas com o Kiko, pela sua família;
segundo, para que todos nós possamos agradecer a felicidade que é termos a nossa família, filhos e netos saudáveis e devemos aproveitar melhor o tempo que passamos com eles;
terceiro, porque muitas pessoas sabem do que se passa e assim escusam de falar no assunto à família e perguntar pelo Kiko ou até me perguntarem a mim. (eu sei que estou a ser egoísta, mas acreditem que é doloroso falar no assunto)
Espero que 2015 seja um ano melhor, com saúde e amor, que isso sim é o mais importante.
Beijinhos
Inês