Olá perfects,
Já reparei que muitas fizeram like no post sobre XS-XL, mas poucas comentaram. Pelo que vejo continua a ser um assunto tabu, esta coisa de usar um número superior ao 38, mas veremos se com o tempo chegamos lá. (Se ainda não tiveram oportunidade de ler podem ver aqui).
De qualquer modo, o post de hoje é sobre outro assunto tabu, daqueles que toda a gente conhece mas de que ninguém fala. Quem acompanha o blog sabe que eu tenho 3 filhas. Quando a Leonor nasceu, depois de ter tido uma gravidez santa, na qual, imagine-se, dormi até ela nascer, tudo correu às mil maravilhas no parto. Nasceu aos berros, perfeitinha, muito limpinha e enoooorme (52,2 cm). Na verdade, quando a pediatra chegou ao pé de mim e me disse que estava tudo bem com a bebé, caí em mim e pensei: nunca esperei que me fossem dizer outra coisa. :( Eu sou uma otimista por natureza e, por vezes, sou surpreendida quando o universo se move noutro sentido. Acho que foi isso que aconteceu quando nasceu a Matilde. A minha pequenota do meio, que já era uma irrequieta na barriga, resolver andar por aqui às voltas, às 38 semanas, ao ponto de virar para pés e, no dia do parto, de novo com a cabeça para baixo. Pois... não é de admirar que tenha nascido com o cordão umbilical enrolado, que não lhe tenha permitido respirar devidamente e, consequentemente, tenha estado internada. Toda a família ficou em choque. Que eu saiba nunca tinha havido um susto destes, por isso, ninguém esperava. A sensação de ter de estar separada da minha bebé, que teve de ser internada nos cuidados intensivos, foi a pior do mundo. Assim, agora sempre que me dizem que o dia do nascimento do um filho é o dia mais feliz das nossas vidas, eu digo: 'nem sempre! É, se tudo correr lindamente, caso contrário pode ser o pior!' O dia mais feliz da minha vida (ou um dos) foi quando a trouxe para casa, depois de as análises virem negativas e sabermos que estava tudo bem. Todas aquelas recomendações do tipo 'dá de mamar e deita-a para que não se habitue mal' vão por água abaixo. Eu estava horas com ela ao colo a dormir, ela adormecia depois de mamar e eu deixava-a ficar ali, como se fosse uma forma de garantir que ela não ia sair de ao pé de mim novamente. (ainda não consigo escrever isto sem chorar, mesmo 8 anos depois!!) Tudo correu bem, tivemos muita sorte e agora a minha Matilde é a criança mais divertida e alegre que eu conheço. Continua a ser arisca, sobe às árvores e corre mais do que os rapazes (literalmente), mas é um amor, muito sensível e carinhosa. Para terminar a história dos nascimentos das minhas filhas, falta a minha doce Mafalda. A gravidez da Mafalda foi também boa, mas a mais cansativa (afinal tinha uma bebé de um ano em casa quando a Mafalda nasceu, por isso, a Matilde estava a aprender a caminhar e eu estava gravida no fim do tempo). Tudo correu bem com o parto, mas a fazer 48h pós-parto tive pré-eclampsia. Sentia-me bem, mas a verdade é que as tensões subiram e as análises vieram com os valores fora dos intervalos... estive internada 10 dias, felizmente nunca entrei em coma, aos poucos o organismo foi recuperando, mas foram dias difíceis. A Mafaldinha era um anjo, só comia e dormia, muito sossegada, parecia que sabia! ;) O problema era o risco que eu corria e estar no Hospital de S. João, com um calor horrível em Julho e o casamento da minha irmã pelo meio (mas esta história é muito longa para desenvolver aqui). Mais uma vez, tudo correu bem, ainda hoje fico em tensão sempre que tenho de medir a tensão arterial, mas nada de especial. Felizmente, apesar das histórias que tenho para contar, todas têm finais felizes, mas sei que, infelizmente, nem sempre é assim. :(
Na verdade, eu própria, dou conta de que não falo muito sobre o assunto, especialmente quando estou perto de grávidas. Logicamente, que não faz o menor sentido estarmo-nos a preocupar com as coisas antes do tempo. Ser optimista é meio caminho andado para levar a vida com um sorriso e o nascimento de um bebé é sempre uma coisa maravilhosa (no meu ponto de vista, é claro). No entanto, creio que são assuntos dos quais se deve falar, porque, caso haja alguma surpresa, não achamos que as coisas só nos acontecem a nós.
Eu fui colocada perante esta questão este Verão. Estive a decorar a casa da amorosa D., que estava à espera do Lucas (já vos mostrei apenas uma foto ou outra do quarto do bebé), também, já está tudo definido para decorar o quarto da Luisa, que vai ser decorado agora, após o seu nascimento, pois necessitava de intervenção de obras. A mãe da Luisa é médica e lida diariamente com partos, por isso, uma vez numa conversa, sobre expectativas e a gravidez ela acabou por me dizer que tinha informação a mais sobre tudo o que poderia correr bem e mal, por isso, o parto não era para ela uma ilusão de um dia maravilhoso. A mãe do Lucas, trabalha numa área completamente diferente e tinha uma visão muito própria do parto, queria esperar e, apesar de com o tempo estar um pouca cansada com a espera, sempre me pareceu que nunca de mal lhe tivesse passado pela cabeça (imagino que uma ou outra insegurança). Felizmente tudo correu bem com os bebés, nasceram bem e saudáveis, mas um deles apanhou uma infecção no hospital. O meu clique da reflexão de férias de hoje foi dado quando estive com a avó, porque mãe e bebé ainda estavam internados e lhe contei o que me aconteceu com a Matildinha. Não tinha falado neste assunto à mãe, porque sempre achei desnecessário preocupar a grávida. Espero sempre que o me aconteceu, não aconteça a mais ninguém. Além disso, a gravidez já é um momento tão sensível que tudo pode ser transformado num filme. A verdade é que a avó T. me disse que não esperavam. Agora começam a ouvir mais histórias, o que até era reconfortante, porque achavam que só a elas é que lhe tinha acontecido. Felizmente, entretanto recebi a mensagem que esperava, estava tudo bem, estavam em casa e as análises deram negativas. Nunca imaginei que desenvolvesse uma relação de amizade com as minhas clientes, através da decoração das suas casas. Mas tem sido assim, casa após casa... É para mim uma grande felicidade, podem crer, e fico muito preocupada quando nem tudo corre bem.
Este post, apesar de poder ser 'um pau de dois bicos', tem apenas um intenção, passar a mensagem de que: não vale a pena viver assustada; ser optimista e pensar que tudo vai correr bem é o melhor a fazer, mas é bom estar preparada para que nem tudo seja como idealizamos. Com isto não quero dizer que vou passar a contar todas estas histórias às gravidas que me contactam... nem pensar!! Decorar quartos de bebés é das coisas que mais me dá prazer, preparar tudo para a chegada daquela nova vida, tão desejada, tão amada, tão pura. Agora: avós, amigas, tias, preparam-se para tudo e ajudem a mãe se o parto não correr como idealizado.
Desculpem se vos aborreci ou se acham que toda esta informação é desnecessária. Gostava de saber o que acham. Têm histórias para contar? Tudo vos correu bem? Nunca tiveram filhos e têm receio?
Beijinhos,
Inês
BE HAPPY, BE PERFECT!
Olá!
ResponderEliminarNinguém está preparado para que um parto/gravidez corra mal, mas a quantidade de "azares" que pode ocorrer são tantos, que é um "milagre" correr tudo bem!!!
Quando estava grávida do meu segundo filho (há 11 anos) estava a fazer um estágio nos Cuidados Intensivos e havia lá um livro em que as páginas destinadas à gravidez e puerpério eram imensas!!! Também lá recebemos uma puérpera que acabou por falecer! Correu tudo bem com a minha gravidez e parto. Sou uma sortuda!
A minha terceira gravidez também correu bem, mas estava desejando que ela nascesse, para ver se era "perfeita". A expressão "que venha com saúde" nunca fez tanto sentido.
Beijos
Obrigada pela partilha Rubina.
EliminarBeijinhos grandes. ;)